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Wendell Belarmino dedica medalha ao cão-guia Ink, formado pelo IFC Camboriú

terça-feira, 3 de setembro de 2024

Foto: Silvio Avila/CPB

“Além de guia, ele (Ink) foi muito importante para a minha recuperação mental e psicológica. Posso dizer que ele é um dos maiores personagens dessa medalha”, afirmou Wendell Belarmino, após conquistar a medalha de prata nos 50m livre S11, nas Paralimpíadas de Paris.

A história do atleta com o cão-guia Ink iniciou em 2022, quando Wendell foi contemplado em uma chamada pública específica para atletas com deficiência, em uma parceria entre o Instituto Federal Catarinense (IFC), a Secretaria Nacional de Esportes de Alto Rendimento (SNEAR) do Ministério da Cidadania, com apoio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Ao todo, a parceria resultou em oito cães-guias entregues para atletas com deficiência.

O sonho de Wendell de ter um cão-guia já era antigo. “Lembro quando tinha mais ou menos oito anos, eu estava com a minha mãe e vi um cão-guia pela primeira vez. Fiquei encantado pensando em como seria se tivesse um”, contou na ocasião do treinamento no IFC Camboriú.

Belarmino nasceu com glaucoma congênito e até a adolescência tinha 60% da visão. Ao longo dos anos foi perdendo ainda mais e, em 2019, passou a competir na categoria de cegos totais. Durante o treinamento, Wendell já imaginava como seria a nova fase da vida. “Vou fazer tudo o que eu quiser, ir para onde eu quiser e com uma desenvoltura, segurança e liberdade maior”, ressaltou o atleta quando recebeu o cão-guia.

Para a diretora-geral do IFC Camboriú, Sirlei Albino, é gratificante saber que o Ink, o cão-guia formado pelo IFC, pode contribuir tanto para a vida de Wendell. “Nos sentimos honrados com o agradecimento de Wendell ao cão-guia Ink, e torcemos muito pela conquista do pódio pelo atleta. Não é fácil mantermos o Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de Cães-guia e Inclusão em funcionamento”, destacou Sirlei.

O Centro possui mais de 12 anos de atuação e já formou 20 profissionais treinadores e instrutores de cães-guia, que estão trabalhando em organizações no Brasil e também no Uruguai. Até hoje, já entregou 54 cães para pessoas com deficiência visual. “Temos um custo anual na casa de R$ 1 milhão de reais, o que torna difícil – ano a ano – manter somente com verba do IFC e de eventuais emendas parlamentares e TEDs. Estamos há 12 anos sem ter a garantia de recurso financeiro federal específico para garantir o funcionamento para o ano seguinte. Se permanecermos assim, sem estarmos integrados a um plano de governo, corremos o risco de encerrarmos as atividades nos próximos anos”, ressaltou Sirlei.

Sobre o Centro

O Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de Cães-guia e Inclusão está localizado no Instituto Federal Catarinense (IFC) – Campus Camboriú. O Centro é o primeiro da rede federal a ofertar a formação profissional de Treinador e Instrutor de Cães-guia, sendo referência nacional na área.

O programa visa aumentar o efetivo de profissionais e o número de cães-guias atuantes no país e, consequentemente, o acesso à tecnologia assistiva.

Créditos: Silvio Ávila/CPB