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II SIEPE discute sustentabilidade e inclusão no primeiro dia de evento

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Com o tema “Formação científica e tecnológica e os desafios interculturais, inclusivos e ambientais no contexto contemporâneo”, a primeira mesa redonda do II SIEPE, mediada por Mauro Bittencourt dos Santos (IFC), contou com a participação das pesquisadoras australianas, Dora Marinova e Talia Raphaely, e Monica Pereira dos Santos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
 
Para começar o debate, Dora Marinova levantou a questão da sustentabilidade, através da analogia com o livro “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry. “O verdadeiro planeta tornou-se pequeno por conta da globalização, não há um equilíbrio para compensar entre o que se tira da terra e o que se está produzindo”, declarou a pesquisadora.
Dora destacou também a contribuição das multinacionais em desfavor da sustentabilidade do planeta. Na analogia com “O Pequeno Príncipe”, a pesquisadora afirmou: – “é muito perigoso tornar-se um adulto, pois eles estão somente interessados em números”.
No debate, a sustentabilidade educacional foi colocada como uma solução para desviar o mundo de uma futura catástrofe global. De acordo com Dora, para mudar precisamos começar com um tipo de educação mais humanística e sustentável. “E é por isso que estamos aqui, para construir novas pontes entre educação e inovação. Precisamos criar novos conceitos e habilidades de trabalho para conseguir atingir a sustentabilidade humanística”, destacou.
A palestrante Talia Raphaely, que desenvolve pesquisas juntamente com Dora, complementou a fala da colega ao apresentar um polêmico estudo de caso sobre o empoderamento através das escolhas que fazemos na nossa alimentação. De acordo com Talia, o aumento do consumo de carne é uma das maiores ameaças para a sustentabilidade. “Vocês podem imaginar que o nosso poder de consumir menos carne pode mudar o mundo?”, indagou a palestrante.
Segundo a pesquisa de Talia, 51% dos gases emitidos no mundo são causados pela criação de animais. “A criação de animais é uma das maiores causas da poluição da água. Só para a produção de um quilo de carne são necessários 100 mil litros de água por dia, o que equivale a 455 dias de água”, destacou. Só no Brasil são consumidos 79kg de carne por pessoa/ano, aproximadamente 1,19kg por semana .
A temática “comida” foi utilizada para demonstrar o empoderamento das ações individuais no processo de escolha de um futuro melhor. “Mas o que isso tudo tem a ver com interculturalidade?”, questionou Talia à plateia. “A mensagem de hoje é que todos nós devemos pensar em como as nossas próprias escolhas e ações tem um grande poder para escolher se nosso futuro será sustentável ou insustentável”, afirmou a palestrante australiana.
Para finalizar a mesa redonda, a palestrante da UFRJ, Mônica Pereira dos Santos, falou sobre inclusão. “Como princípio, a inclusão engloba tudo, até sustentabilidade”, declarou. No entanto, o principal desafio colocado pela pesquisadora é a mudança de pensamento da humanidade. “Essa é a verdadeira revolução para salvar o mundo, no sentido de que estamos destruindo-o cada vez mais (não somente os recursos naturais, mas também a intolerância entre nações)”, explicou. Para Mônica, o II SIEPE é um momento para levantar essas discussões. “Notamos claramente que esse é um Instituto que está preocupado com a formação humana e não somente conteudista”, destacou.